Eu juro que tento, que passo horas a pensar e a juntar hipóteses, mas não chego a conclusão nenhuma. Uns dizem que é normal e que depois passa, outros dizem que é porque tem que ser assim, porque ainda tem algo para acontecer. Mas o quê? Não sei em que acreditar, não sei se me culpe a mim ou se culpe à vida que não o tira daqui de dentro. Talvez eu não me esforce o suficiente para esquecê-lo, ou talvez tem que ser exactamente como está a ser. Mas a situação não muda, o tempo passa e é sempre o mesmo e já se te torna numa monotonia. Já não sei o que falar, nem consigo chorar, nem consigo sorrir ao relembrar muita coisa. É quase uma tortura, apenas um pouco melhor, porque habituei-me. Como apagar lembranças que não se vão embora independentemente do que eu faça? O tempo não apagou, muito menos a falta de tanto amor curou. E ainda o vejo a sorrir, ainda oiço a sua voz no meio do silêncio e relembro o quanto o queria do meu lado todas as noites antes de dormir. Já nem sou capaz de sonhar ou de viver contigo no meu pensamento todos os dias. Se gostava de dizer tudo o que sinto? Já disse praticamente tudo o que conseguia falar, falta a coragem para dizer o que sinto a ti ou a outra pessoa próxima qualquer. Se dá para esquecer? O orgulho não deixa, nem deixa conseguir afastar-me por completo ou deixar de perguntar a outros como estás. Mas isso já nem interessa, pois nada interessa. Foram escolhas feitas, escolhas que um dia mais tarde ainda irás agradecer-me, pois tudo muda e tudo é contínuo. O que me resta fazer? Não brigar, não me rebaixar, apenas ignorar. Por mais ódio que haja, aproveito para agradecer por momentos passados contigo. merda, tá visto que nem aqui as memórias vão embora. Nunca me cheguei a despedir de ti, é um facto, mas limito-me só a dizer um adeus. Adeus, até um dia, até ao dia em que a tua vida mudará, estarás feliz e me virás agradecer por um dia ter-te virado as costas.
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